Sobre os Mitos de Júpiter e de Saturno




SEU LIVRO DE VIDA

Quase tudo o que você quer saber
 sobre Astrologia da Alma e do Auto-Conhecimento
Em 22 Capítulos/Volumes
© 2008 Janine Milward


Capítulo 15


JÚPITER E SEUS CICLOS, 
NA ASTROLOGIA



Sobre os Mitos de Júpiter e de Saturno


O texto abaixo é sintetizado por Janine e extraído de alguns Fascículos da antiga coleção Mitologia, publicada pela Abril Cultural, ainda na década de 1960.


“No começo era o Caos”, conta o poeta Hesíodo.  Era o espaço aberto, a pura extensão ilimitada, o abismo sem fundo.

De repente, surge a primeira realidade sólida: Gaia, a Terra. Ela deu ao Caos um sentido: limitou-o e instalou nele o chão, o palco da maravilho e da miséria da vida. 

Depois veio a Noite, a treva profunda.  E abaixo da Terra fez-se o Erebo, morada das sombras.

Restava ainda um espaço vazio, sobre Gaia.  Para preenche-lo, ela “criou um ser igual a si mesma, capaz de cobri-la inteira”. Criou, sozinha, Urano, o Céu Estrelado.

Na mesma solidão, originou também as Montanhas, as Ninfas e Ponto, o Mar.

Como a Terra, sem unir-se a forças alguma, a Noite engendrou o Éter - luz que iluminaria os deuses nas mais altas regiões da atmosfera - e o Dia, claridade dos mortais, que, no espaço, se alterna com sua mãe para não cansa-la.

Por esse tempo rondava no Caos o poderoso Eros, Amor Universal.  Nenhuma força poderia mais fecundar sozinha.

Lavada por Eros, Gaia uniu-se a Urano, seu primogênito e apaixonado amante, gerando com ele muitos e muitos filhos.  Uma raça violenta povoou a Terra e animou-a de nova forma de vida.

O palco do mundo está pronto.  As personagens preparam-se para viver seu drama.
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O que havia “antes” do Caos, e o teria gerado, ninguém sabe.  Depois de organizado, chamar-se-á Cosmos.

Estágio primordial da realidade, anterior ao surgimento dos seres particulares, o Caos escapa à apreensão exata pela linguagem humana.  Inefável, reveste-se de mistério e só pode ser aludido através de metáforas que o aprisionam por completo, antes apenas o sugerem.  Mesmo porque - como designar perfeitamente o que existia antes das próprias coisas sobre as quais fala a linguagem dos homens?

Visto, entretanto, como matriz do universo, era necessário atribuir ao Caos os germes das oposições que o mundo manifesta: os contrates e a permanente tensão entre luz e sombra, unidade e pluralidade, vida e morte, espírito e matéria, os pares opostos, sempre.  Esse antagonismo já estaria impulsionando o universo através a relação entre Gaia, a base sólida de todas as coisas, e Eros, o Amor, tênue princípio de todo impulso gerador.

Outro aspecto da dualidade fundamental aparece na oposição entre Ordem e Desordem.  Os Titãs, forças tempestuosas da natureza, e a primeira geração olímpica governada por Zeus, Júpiter, travam uma guerra que dura dez anos, ao fim da qual os deuses vencedores estabelecem uma nova hierarquia de poder.  Sua vitória representa a afirmação da Ordem sobre a Desordem.

Sendo assim, poderemos ver as divindades olímpicas atuando como espirituais e a constituição dos Titãs e das demais divindades primordiais como basicamente material.  Assim, Urano, o Céu, e Cronos, Saturno, e Gaia, a Terra, seriam a “materialidade” destronada por Júpiter, Zeus, a “espiritualidade”.

A partir de Gaia, a mãe-Terra, considerada a primeira aparência da matéria, veremos seu encontro através sua geração de Urano, movida que Gaia se encontrava para ter seu companheiro.  Fecundada por Urano, Gaia dá à luz os Titãs, os Ciclopes e os Hecatôniquiros.  Estes são a personificação das forças da natureza material sempre opõem dificuldades e obstáculos ao surgimento definitivo das formas ordenadas e constantes da vida.

Elementos devastadores, os primeiros filhos de Gaia fazem os vulcões entrarem em erupção, e criam terremotos, tempestades e furacões.  No entanto, Urano, pai e irmão dessas forças, revolta-se contra elas e as atira no Tártaro, uma das regiões do Erebo subterrâneo.  Mas Gaia, mãe-Terra, liberta seus filhos - porque é a própria Natureza e não pode impedir que os fenômenos naturais sigam seus próprios cursos.

Entra em cena Cronos, Saturno, filho de Gaia e de Urano, que revolta-se contra seu pai que não pára de fecundar sua mãe, incessantemente.  E também Cronos, Saturno, revolta-se contra seus outros irmãos que estão sempre devastando a Terra.

Para que Urano não continue fecundando sua mãe e trazendo mais e mais filhos, Cronos, Saturno, corta os testículos de seu pai, castra-o, lhe traz o limite da criação e da procriação, usando uma foice.  É por isso que a foice é um dos símbolos da morte.  E essa foice foi afiada pela própria Gaia!  Mas Urano é imortal e não pode morrer.  O que morre, na realidade, é seu reino, que dá lugar ao reino de Cronos, Saturno, saindo portanto, a vida do Caos e abrindo-se para sua evolução.

A foice, é no entanto, também símbolo da colheita, de uma nova esperança renascendo sempre na natureza.  Nesse sentido, os órgãos de Urano podem representar a força capaz de gerar a vida ininterruptamente.  Ao cair sobre a Terra, o sangue de Urano gerou as Eríneas (símbolos da culpa de Cronos, Saturno) , os Gigantes e as Melíades, ninfas das Arvores.  Ao caírem no mar, os testículos do deus formam uma branca espuma da qual nasce Afrodite, Vênus, a deusa do amor e da beleza.

Ao privar seu pai de seus órgãos reprodutores, Cronos, Saturno, tornou-se capaz de competir com seu poderoso pai e de constituir um novo reino.  Cronos significa o Tempo: a fome devoradora da vida, o desejo insaciável de evolução.  Juntamente com Rea, Cibele, sua esposa e irmã, Saturno estabelece um reinado que se assemelha à era pré-consciente da humanidade.  Nesse período, o Tempo ainda está cego.  A vida não compreende a si mesma, e parece mais um simples fervilhar de elementos confusos do que propriamente uma evolução.

Cronos é insaciável; o Tempo devora tudo: seres, momentos, destinos, sem piedade, sem apego ao que passou.  O que importa é construir o futuro.  Porém, Cronos, Saturno, teme que lhe aconteça a mesma coisa que fez acontecer ao seu pai, o fato de ser destronado por um dos seus filhos.  Aliás, sua mãe-Terra, Gaia, já lhe havia profetizado essa verdade.  E por isso mesmo, Saturno vai devorando cada um dos seus filhos, ao nascerem.

Apenas um de seus filhos escapou-lhe à voracidade e o destronou do centro do mundo: Zeus, Júpiter, o poderoso deus dos deuses.

E como escapou Júpiter da morte atroz?  Sua mãe estava cansada e vivia infeliz.  Precisava encontrar uma solução definitiva para salvar os filhos que agora abrigava no ventre.  Procurou por Gaia, para ser aconselhada.  Rea, Cibele deu à luz seu filho Júpiter numa distante caverna e entregou-o para ser cuidado por Gaia enquanto voltava ao lar e entregava a Cronos uma pedra embrulhada por um pano, como se fosse o filho recém-nascido.  Cronos, Saturno, rapidamente engoliu a pedra.  Rea havia salvado seus filhos mas ao mesmo tempo havia selado a profecia: em dia próximo, o ultimo filho de Cronos tomaria das armas para encerrar o sombrio reinado de sangue.  E para sempre se instalaria no mundo.

Júpiter, ao crescer, aliou-se aos irmãos e aos monstros, e destronou Saturno, Cronos, venceu os Titãs e os Gigantes.  Com a tríplice vitória, firmou-se como senhor absoluto do mundo e encerrou o ciclo das divindades tenebrosas, das forças desordenadas, que como Cronos - o Tempo - tudo corrompem e destroem.  É a vitória da Ordem e da Razão sobre os instintos e as emoções desenfreadas.

É Júpiter quem abre aos homens o caminho da razão e ensina-lhes que o verdadeiro conhecimento só é obtido a partir da dor.  Mas não assiste impassível aos sofrimentos humanos; ao contrário, compadece-se e até magoa-se por eles.  Apenas não se deixa levar pelas emoções, pois é a imagem da justiça e da razão.  Sabe que não pode intervir nas descobertas pessoais: cada qual tem de viver sozinho sua própria experiência.  Limita-se a premiar os esforços honestos e punir as impiedades.  E por tudo isso, é chamado de pai dos deuses e dos homens.  O termo pai, entretanto, refere-se não a uma relação puramente afetiva, sentimental, e sim a uma relação de poder, de autoridade. 

Quando Júpiter destronou seu pai, entregou-lhe uma poção mágica que fez com que Saturno vomitasse todos os filhos que havia engolido, um a um.   A luta pelo poder mostrou-se longa e árdua.  Dez anos decorreram entre os primeiros combates e o glorioso triunfo.  Os vencedores reuniram-se e dividiram entre si o domínio do mundo: Netuno ganhou a soberania dos mares; Plutão assumiu o reino dos mortos.  E Júpiter subiu ao Olimpio, para de lá comandar, altíssimo e absoluto, a terra e o céu, os homens e todos os demais deuses. 

Os vencedores reuniram-se e dividiram entre si o domínio do mundo, cada qual com seu quinhão de honraria: Netuno ganhou a soberania dos mares; Plutão assumiu o reino dos mortos.  E Júpiter subiu ao Olimpo, para de lá comandar, altíssimo e absoluto, a terra e o céu, os homens e todos os demais deuses. 

Em termos de descendência, Júpiter gerou filhos heróis e dignos - entre eles, Marte e Vulcano, com sua mulher Juno; Mercúrio, com a ninfa Maia, Apolo e Diana, com Latona; Minerva (que nasceu de sua cabeça); Perséfone ou Prosérpina, com Ceres.  Netuno gerou monstros e bandidos.  Plutão não teve filhos.

Assim, deu-se início à era do consciente, saindo da era pré-consciente comandada por Saturno e que por sua vez, advinha da era inconsciente onde reinavam Gaia e Urano e as demais divindades primordiais.


Com um abraço estrelado,
Janine Milward

O homem se orienta pela terra
A terra se orienta pelo céu
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E o Tao se orienta por sua própria natureza

Lao Tse


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